O diagnóstico de endometriose é feito a partir da história clínica, o exame físico do paciente, exames de imagem e de sangue. Porém, os exames de imagens, com seus diferentes recursos tecnológicos, tornaram-se fundamentais para detecção e tratamento dessa enfermidade.
O ultrassom pélvico transvaginal com preparo intestinal e a ressonância magnética com protocolos especializados são os principais métodos por imagem para detecção e estadiamento da endometriose.
Os principais exames para identificação da endometriose
- A Ressonância Magnética da Pelve com Protocolo Especializado para Endometriose (RM) é uma ferramenta diagnóstica não invasiva essencial para a avaliação da endometriose. Por captar imagens da pelve por meio de um campo magnético, possui altíssima sensibilidade. Sua tecnologia registra imagens da região por diferentes ângulos e planos, oferecendo alta resolução de contraste e detalhamento anatômico, permitindo a visualização precisa de lesões endometrióticas, aderências e a diferenciação de estruturas como músculos, órgãos, vasos sanguíneos e lesões, facilitando diagnósticos complexos. É especialmente útil em casos de endometriose profunda infiltrativa.
- O Ultrassom Transvaginal com Preparo Intestinal (USS) capta imagens via ondas sonoras através do uso de transdutor com gel na via vaginal e abdominal. Nesse momento, o especialista realizará os movimentos certos para detectar qualquer foco ou lesão nas mais variadas regiões. Assim, um mapeamento pélvico é obtido, no qual a localização, tamanho e extensão das lesões podem ser identificadas pelo radiologista. O preparo intestinal é fundamental, pois fornece redução significativa do resíduo intestinal, para melhor visualização da parede destas estruturas, assim fica mais fácil localizar os focos de endometriose profundos ou infiltrativos.
Quais as diferenças entre os dois exames?
As principais diferenças entre esses exames é que o USS é um exame invasivo, enquanto a RM não. Mulheres virgens não podem fazer o ultrassom, por isso para elas a ressonância é a alternativa. Além disso, o USS também é um exame mais desconfortável para a mulher, pois muitas vezes utiliza-se um Doppler e manobras para verificar a mobilidade e grau de dor das lesões.
Em ambos os exames, há dois pontos de importante avaliação. O primeiro ponto é o médico radiologista ser especializado na identificação dos focos endometrióticos ectópicos. Um bom exemplo para compreender isso é no caso da ressonância magnética que, por captar pequenos movimentos abdominais, pode apontar falso negativo quando o profissional não tiver um bom treinamento em endometriose. Um segundo ponto é realizar seu exame em um aparelho moderno que possibilitam a identificação de lesões cada vez menores.
Em seus laudos, o radiologista deverá contemplar em sua avaliação, o útero, a região retro e a para cervical, os ligamentos redondos e os uterossacros, o fórnice vaginal posterior, o septo retovaginal, o retossigmoide, o apêndice, o ceco, o íleo terminal, a bexiga, os ureteres, os ovários, as tubas e as paredes pélvicas ‒ que são locais mais frequentes da doença.
Importante frisar que os exames de imagem especializados são muito eficientes na detecção e no estadiamento de lesões profundas e dos endometriomas ovarianos, mas só esporadicamente é possível visualizar lesões superficiais. Por essa razão, além de serem essencial para o diagnóstico, esses exames são importantes para prescrição de tratamentos, assim como planejamentos cirúrgicos.
Vale ressaltar aqui que, no passado, a videolaparoscopia tinha um papel no diagnóstico da endometriose. Porém, atualmente, com o avanço dos métodos por imagem, ela é indicada, para o diagnóstico, apenas em pacientes que apresentam exames normais e falha no tratamento clínico.
Hoje os exames de imagem são essenciais para além do diagnóstico da endometriose, pois permitem, a nós, cirurgiões detalharmos de maneira mais minuciosa o planejamento cirúrgico de cada cirurgia, com isso garantimos menor tempo cirúrgico, mais acuracidade na retirada dos implantes de endometriose e um melhor resultado à paciente.
- O Ultrassom Transvaginal com Preparo Intestinal (USS) capta imagens via ondas sonoras através do uso de transdutor com gel na via vaginal e abdominal. Nesse momento, o especialista realizará os movimentos certos para detectar qualquer foco ou lesão nas mais variadas regiões. Assim, um mapeamento pélvico é obtido, no qual a localização, tamanho e extensão das lesões podem ser identificadas pelo radiologista. O preparo intestinal é fundamental, pois fornece redução significativa do resíduo intestinal, para melhor visualização da parede destas estruturas, assim fica mais fácil localizar os focos de endometriose profundos ou infiltrativos.